Braguay murosAfora II

O Projeto Braguay murosAfora materializa mais um mural . No muro Solidário Recofran localizado na rua Hugolino Andrade, nº 1060 em Santana do Livramento.

O projeto busca por meio da arte de rua, por em evidencia uma visualidade capaz de levar o público a uma reflexão a partir da apropriação da paisagem urbana em Santana do Livramento/ RS.

Considerando o valor da narrativa poética, temos o intuito de difundir a arte no cotidiano da cidade, e transformar as ruas de nossa cidade em galerias a céu aberto, em parceria com Lojas Nelson – o patrocinador do projeto.

Artista selecionada Daiana Garcia

Conheça um pouco mais a Daiana Garcia

Daiana Garcia, 37 anos.
Reside em Santana do Livramento, RS.
Artista visual, ilustradora e muralista.
Iniciou suas atividades artísticas na infância. Em 2016 consolidou sua carreira no mundo das artes.

Atuante em feiras de rua em Livramento e Rivera, leva seu colorido que transmite alegria e desperta curiosidade em suas artes de superfícies variadas.

Participa de projetos de caráter voluntário em escolas municipais

Em sua trajetória, tem como destaque sua participação em projetos como:

Em 2023 no Projeto Braguay murosAfora Daiana Garcia foi selecionada na primeira convocatória , com uma proposta de arte protesto, a pintura Ancestralidade, figura que remete o pertencimento e respeito ao nosso passado ancestral e seus ensinamentos.

Participou no grupo de restauração do mural de Osmar Santos em INAU – Instituo del Niño y Adolecente del Uruguay , em Rivera.

Participou da exposição de arte promovida por alunos da universidade Unipampa.

Fez parte do Fronteira Criativa, projeto que abriu espaço para criativos expositores e teve sua finalização no Centro Cultural Mario Quintana, em Porto Alegre, RS.

murosAfora I – Artista Selecionado

JUAN Puerto murosAfora

Obra realizada no muro Solidário Claudio Severo, localizado na rua Conde de Porto Alegre. Fundos da antiga Casa Tupi.

https://maps.app.goo.gl/wKQxCKoDScERTSru7 . murosAfora transformando espaços .

Conheça um pouco sobre o artista muralista

Juan Ignacio Puerto Rivera, Uruguay. Dibujante, ilustrador, pintor y muralista. Empecé con el arte desde muy niño, dibujando en cuadernos en la escuela y en mi tiempo libre, se hizo parte de mi vida diaria y fue mi forma de expresarme desde que recuerdo. Primero fue el dibujo y las ilustraciones , después conocí el mundo de la pintura y de los colores, desembocando en el muralismo, que es una fusión de todas esas cosas según mi sentir. Mis primeras relaciones con el arte del muralismo fueron en bachillerato artístico y desde ahí no pararon más, dejando por la ciudad arte urbano. Participó en dos ocasiones en Arte y Juventud, un encuentro de artistas uruguayos de todo el país, exponiendo en la ciudad de Carmelo (2015) y Treinta y Tres (2016) En 2020 comencé a hacer parte del grupo de muralistas Paleta Urbana, trayendo arte en conjunto por varios rincones de la ciudad y aledaños, en centros educativos y privados por igual. Ganó el premio Braguay de arte contemporáneo junto a otros 5 artistas, exponiendo en la universidad Unipampa , y con Paleta Urbana participamos del proyecto Frontera Creativa. El arte, la creación, es mi forma de expresarme, de sentirme vivo y lo que me mueve a seguir.

Conheça mais o artista https://www.instagram.com/juanignacio_puerto/

murosAfora I – artista selecionada Daiana Garcia

A artista Daiana Garcia, selecionada via convocatória para pintar o muro solidário da Escola Rivadávia Correa, na rua dos Andradas – frente a Praça Gen Osório em Santana do Livramento / RS.

Conheça a Daiana

Daiana Garcia, 36 anos.
Reside em Santana do Livramento, RS.
Artista visual, ilustradora e muralista.
Iniciou suas atividades artísticas na infância. Porém, em 2016 consolidou sua carreira no mundo da artes.

Atuante em feiras de rua em Livramento e Rivera, leva seu colorido que transmite alegria e desperta curiosidade em suas artes de superfícies variadas.

Participa de projetos de caráter voluntário em escolas municipais

Em sua trajetória, tem como destaque sua participação em projetos como:

Recuperação de obra de Osmar Santos em patrimônio culturas na cidade de Rivera

Participou da exposição de arte promovido por alunos da universidade Unipampa.

Fez parte do Fronteira Criativa, projeto que abriu espaço para criativos expositores e teve sua finalização no Centro Cultural Mario Quintana, em Porto Alegre, RS.

Valorizando o Patrimonio

Conhecida como “escola Rivadávia Correa” – ( Escola Estadual de Ensino Fundamental Rivadávia Corrêa) , é a primeira escola pública da cidade de Santana do Livramento, com mais de um século de existência. O prédio atual, em estilo arquitetônico português colonial com traços romanos, foi concluído em 1916 pela maçonaria; e em 1919 passou a sediar o Colégio Elementar, mais tarde a denominação Escola Rivadávia Correa.

CONHEÇA o projeto Braguay “murosAfora”,

O projeto busca por meio da arte de rua, por em evidencia uma visualidade capaz de levar o público a uma reflexão a partir da apropriação da paisagem urbana em Santana do Livramento/ RS.

Considerando o valor da narrativa poética, temos o intuito de difundir a arte no cotidiano da cidade, e transformar as ruas de nossa cidade em galerias a céu aberto, em parceria com Lojas Nelson – o patrocinador do projeto.

Braguay murosAfora

Convocatória aberta II

O projeto do Coletivo Braguay MurosAfora – quer valorizar as produções dos artistas visuais da nossa fronteira, despertar para a cultura da preservação do nosso patrimônio edificado e paisagístico, transformando espaços deprimidos em paisagens de interesse cultural tanto para os fronteiriços como para os visitantes das nossas cidades.

Este projeto conta com o patrocínio da empresa santanense Lojas Nelson, o apoio da ANG Aluguel de Andaimes e cidadãos que se sensibilizam e cedem solidariamente suas propriedades para esta importante manifestação artística, considerando o atual contexto da nossa cidade, carente em demonstrar sua identidade artística em espaços visíveis a todos.

Propõe aos cidadãos uma reflexão a partir da apropriação da paisagem urbana, ressalta a consciência da cidadania e convivência em cidades mais amigáveis, usando como ferramenta a Arte Visual e transformando as ruas em Galerias de Arte a céu aberto.

O Projeto Braguay murosAfora está em processo, atavés de convocatórias e participações especiais.

Veja quais são os muros desta segunda convocatória :

  1. Quem pode participar: artistas e grupos de coletivos de artistas e profissionais com idade acima de 18 anos, residentes na fronteira Livramento-Rivera;
  2. Inscrições gratuitas: 2ª chamada de 01 à 28 de fevereiro de 2024, pelo site http://www.braguay.com
  3. Todas as informações fornecidas no ato da inscrição deverão ser verdadeiras e atualizadas;
  4. É obrigatório preencher todos os campos do formulário de inscrição;
  5. Cada proponente escolhe o muro e envia sua proposta específica; O muro 3 e 4 temas livres. O muro 5 tem temática – Releitura da obra da artista Santanense Marisa Rosa Alves.  ( Para mais informações sobre a artista enviar email coletivobraguay@gmail.com)                   
  1. Não serão aceitas modificações ou substituições de dados e de anexos após a finalização da inscrição. Isto é, uma vez enviada, a proposta não poderá ser alterada;
  2. O proponente que tiver participado da edição anterior do projeto Braguay MurosAfora poderá  participar desta convocatória.
  3. Os artistas selecionados receberão a tinta e utensílios para a pintura mural , certificado de participação e um prêmio no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) entregue após o término do mural. A obra deverá ser realizada em até 5 dias, se o clima permitir, e o artista deverá manter sempre durante todo o processo e no final, o espaço de trabalho sempre limpo.
  4. As tintas não usadas e sobrantes deverão ser entregues ao Coletivo Braguay murosAfora.

Regulamento https://drive.google.com/drive/u/0/home

Inscrições encerradas

Braguay murosAfora

O projeto “murosAfora”, em Santana do Livramento, RS busca por meio da arte de rua, por em evidencia uma visualidade capaz de levar o público a uma reflexão a partir da apropriação da paisagem urbana. Considerando o valor da narrativa poética, temos o intuito de difundir a arte no cotidiano da cidade, e transformar as ruas de nossa cidade em galerias a céu aberto, em parceria com Lojas Nelson - o patrocinador do projeto.
Em breve, Braguay abre convocatória, para selecioanar 10 artistas nas diversas técnicas como Pintura, Graffiti, Desenho, Stencil, dentre outras. 

Muro Solidário

Os muros estão sendo selecionados . Se você tem um muro e quer participar com “muro solidário” entre em contato conosco pelo email coletivobraguay@gmail.com

Silvia castro
Curadoria e Fotografia MurosAfora

Pré- lançamento murosAfora 1

murosAfora 1

artista Visual Mª Luisa de Leonardis

Feitos predominantemente em cores primárias, a série dos “Bundas, bundinhas e bundões” estão sempre de mãos dadas ou abraçados.

É um gesto simples e ao mesmo tempo iniciador de um estado de vibração, de troca de energia.
Criados como um gesto cósmico mínimo e ao mesmo tempo mítico.

Através desta poética a artista busca transmitir a força de dar as mãos, conviver, desfrutar das coisas simples , como o soltar as pandorgas ao vento – é um ato de memórias ancestrais .
Momento de encontros. Estes são um pouco daqui e dali, um pouco da linha, um pouco do mundo.
Jogam alegremente onde quer que estejam, voam nesse espaço imaginário das linhas que atravessam territórios sem fronteiras nos murosAfora.

Mª LUISA DE LEONARDIS DOS SANTOS – Formada em Comunicação Social, pela Unisinos/RS. Designer, artista visual, produtora cultural, vive e trabalha na Fronteira Santana do Livramento- Rivera

Criou os coletivos – Artetoque com Lingua Mãe e Braguay (2017); Espaço BRAGUAY (2013); Grupo de Braguay (2008); Reino de Braguay (2007); Grupo cultural “JE3! Hmmm? …” (1988-1989).

Selecionada para mural em San Gregorio de Polanco em 2022.

Recebeu em 2021 Prêmio Trajetória Cultural RS; 1992 o 1º Grande premio do Ministério da Educação e Cultura do Uruguay no 1º Salão Nacional de Artes Plásticas e Visuais do Norte- Uruguay-Rivera

Em 1991 obteve o 2º Prêmio Pintura no Salão Internacional de Santana do Livramento – RS; Em 1989 adquire a Menção Especial – Salão de Artes Plásticas e Visuais de Paysandu – Uruguai; 1986- 8º Salão Municipal de Rivera – Uruguai. Salão de Fotografia de Santana do Livramento

Linhas abertas, muitos caminhos

MATERIAL PEDAGÓGICO DO PRÊMIO BRAGUAY DE ARTE CONTEMPORÂNEA

Barbara Larruscahim

Com olhar voltado a educação por meio da arte, este material é um pedagógico, e surge como um compromisso social e cultural do Coletivo Braguay, que busca promover um espaço de formação, troca e experimentação da arte contemporânea produzida na região oeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Dirigido especialmente a professores de arte de Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e EJA, das redes pública e privada, e a artistas interessados, este material procura incentivar diálogos, encontros e aberturas diante daquilo que a arte pode provocar, trabalhando conceitos e diferentes linguagens artísticas, em uma ampla relação da linha narrativa poética construída a partir dos trabalhos selecionados.

0 Prêmio BRAGUAY de Arte Contemporânea, é realizado a partir de um edital público – uma chamada aberta onde diversos produtores culturais inscrevem suas propostas. Este projeto de premiação foi selecionado, e faz parte do primeiro edital da história dirigido exclusivamente às Artes Visuais do Estado do Rio Grande do Sul, promovido pelo Pró Cultura RS, financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura – FAC Visual da Secretaria de Cultura do Estado RS.

OBJETIVO DE UMA PREMIAÇÃO

Uma premiação é um reconhecimento. Valoriza e fará intensificar as práticas das artes visuais na Região Funcional

6 do Estado, aqui onde se encontram os municípios de Aceguá,  Bagé,  Caçapava  do  Sul,  Candiota,  Dom  Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, Alegrete, Barra do Quaraí, Itacurubi, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel, e Uruguaiana. Este Prêmio além de incentivar a realização de exposições de arte contemporânea, oferecer oficinas para professores de escolas públicas da cidade de Santana do Livramento, e vai oportunizar a visibilidade dos jovens artistas selecionados. Promovendo a pluralidade de expressões culturais da região e desenvolvendo por meio deste processo, a criatividade da comunidade da fronteira (Santana do Livramento-RS e Rivera-Uruguai).

A exposição conta com a curadoria de Marcos Sari,     e inclui trabalhos de seis artistas,     selecionados por um Comitê    Técnico formado por artistas, críticos de arte e profissionais   da   cultura,   amplamente    reconhecidos    no campo das artes visuais.: Hélio Fervenza, Léa Ciquier, Camica Moreira,  Gustavo  Dalinha  e  Eduardo  Padilha.  A  mostra propõe reflexões sobre arte, com trabalhos que envolvem multiplas    linguagens:    pinturas,    fotografia,    performance, vídeos, e diferentes suportes, abordando temas como corpo, palavra, decoloneidade, paisagem,território e vida.

O COLETIVO BRAGUAY

A MESTIÇAGEM DE UM ESPAÇO FÍSICO-POÉTICO

O neologismo que funde o nome dos dois países, se apresenta como uma poética e como um espaço cultural próprio do território fronteiriço. Espaço (físico e poético), que baliza produções à linha divisória enquanto um reino imaginário, um território “onde a linha imaginária impera”.

A criação poética consiste na formulação de um território imaginário, um espaço mestiço constituído por um coletivo de artistas, historiadores e agentes de cultura – os braguayos. Cujo intuito é promover, difundir, e valorizar a diversidade do território de fronteira, materializando trabalhos artísticos, oficinas, formações, prêmios, eventos que articulem o diálogo e a produção de arte contemporânea.

Braguay é um projeto pulsante de um grupo que não se vê como pertencente a dois países, senão como mestiços fronteiriços. Apesar de permanentes à uma fronteira física, o Braguay se colocam como um espaço de possibilidades, onde sujeitos interagem e afirmam uma identidade binacional.

O chamo de território mestiço, baseada no que diz Icleia Borsa Cattani, quando aplica o conceito de mestiçagem a práxi   artística,   indicando    que    a   produção    artística contemporânea aceita contaminações provocadas pelas coexistências de elementos diferentes e opostos entre si, cujo sentido permanece no entremeio dos dois universos, ressignificando-se, contaminando-se mutuamente, como é o caso da fronteira. (CATTANI, 2010, p. 21 e 22)

Assim, o Braguay é a formulação de uma ideia poética que materializa a mistura dos elementos culturais brasileiros e uruguaios, promovendo exatamente a coexistência e a contaminação mútua destes elementos nacionais. Importante ressaltar que a autora diferencia a mestiçagem de dois conceitos geralmente utilizados como sinônimos: o hibridismo e o sincretismo. Hibridismo seria o produto do cruzamento de dois ou mais elementos operando uma fusão. Do mesmo modo, sincretismo seria a uniformidade de ambos elementos. Em oposição, a mestiçagem, se constituí em uma rede, sem centro nem margem. (CATTANI, 2010, p. 26)

Portanto,    o    Braguay    adquire    sentido    mestiço, manifestando a materialização de encontros que tecem em si uma linha imaginária. Um território braguayo enquanto campo de criação e espaço físico coexistindo, e dedicado à arte contemporânea.

A riqueza de um espaço de integração real, onde duas culturas faz surgir uma terceira. Especificamente mestiça, que não sobrepõe, mas agrega diferentes culturas latinas. Gerando em vista disso, uma conscientização da população local sobre a faixa de fronteira que habitam, antes solo de disputa, agora em convivência harmônica e pacífica.

QUEM SÃO OS ARTISTAS PREMIADOS

NA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL?

ENRIQUE DA ROSA (KIKE)

Gestor Cultural por formação acadêmica; professor de fotografia por trabalho; muralista, fotógrafo e fotógrafo de cinema por ousadia; estudante de artes visuais por adição; militante por opção.

ENZO MELO

Desenhista/Pintor/Muralista, nascido em Rivera-U, tem 24 anos, e atualmente cursa Gastronomia. Realizada pinturas desde 2015 em diversos materiais, e em 2020 ingressou ao coletivo muralista ‘Paleta Urbana’ de Rivera) realizando grafites ocasionalmente.

Vengo dibujando desde que tengo memoria, e el muralismo es algo bastante reciente, así como también mis experimentos con la animación 2D” – diz o artista.

GIANNA DALABARY

Gianna Delabary nasceu em Sant’Ana do Livramento (RS – Brasil), em abril de 1997. Bacharela em Arte Visuais (2021) pela Universidade Federal de Pelotas, ministrou em 2017 um curso de extensão de desenho da figura humana com modelo vivo. Dedica-se à diversas linguagens, tais como pintura, desenho, fotografia e vídeo. Em seus trabalhos, trata sobre questões do cotidiano, paisagem, tempo e esquecimento pensados a partir de seu olhar e posicionamento diante do real, a experiência do visível única para cada um. Participou das exposições Desafio 5×5 (2019) com o desenho “SEMIAUSÊNCIA” e Intervencidades– conversa entre espaços (2020) com a intervenção “Partir para Retornar”.

JUAN PUERTO

Nascido em Rivera, o artista já realizou estudos secundaristas em orientação no Bacharelado Artístico (2012) e no Bacharelado Figari na UTU. Participando com minhas ilustrações, duas vezes do evento Arte y Juventud, em Carmelo Colonia (2015) e em Treinta y Tres (2016). Começou a experimentar o muralismo em uma aula de arte realizada em uma estação de trem em Santana de Livramento. Hoje integra o coletivo de artistas muralistas do Rio Paleta Urbana (2021), cujos os trabalhos já o levaram a pintar no espaço cultural Calle Brasil (2021), escolas (2022), e, viagens a cidade de Tranqueras-UY já por duas vezes, a fim de realizar pinturas.

NANDA JUANNA MONTEIRO

Mulher afro-fronteiriça periférica. Idealizadora e fundadora do Centro de Desenvolvimento Sociocultural Las Juannas (Rivera). Produtora Cultural, já promoveu diversos projetos, dentre eles destaca-se: o Festival de Literatura e Arte (FLAJU); financiado  pelo  Instituto  Nacional  de  Letras  (2020-2021); “Equiparando sueños a través del conocimiento”, financiado pela União Europeia (2021);   “Quem cuida de quem cuida” com apoio do fundo colombiano de proteção de lideranças afro (2021). E vencedora do prêmio Amanda Rorra em 2022. Atua em no desenvolvimento e co-produção do Bloco Afro- beira do empoderamento ancestral Axe Ubuntu, financiado pela Administração Departamental de Rivera (2023).

WAGNER FERREIRA PREVITALI

Mestrando em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas e bacharel em Cinema e Audiovisual pela mesma instituição. Natural de Bagé/RS, é Artista Visual, Fotógrafo e Realizador Audiovisual. Atua também nas áreas de direção e produção, tendo curta-metragens premiados em festivais, com destaque: Bicha Camelô (2017) e Desaborto (2016). Desde 2020 vem participando de mostras e exposições com trabalhos fotográficos e audiovisuais, como a Mostra Fora da Margem, Rio Grande PhotoFluxo, 15a Semana de Fotografia de Caxias do Sul, Fresta – Mostra Audiovisual e o FIVA SPMAV. Em 2020 iniciou o coletivo Misturagens de Mundos, desenvolvendo produções audiovisuais e oficinas de cinema, realizando a exposição coletiva “Não Estamos Tristes”. Trabalha com foco na construção coletiva e experimentação pela mistura das linguagens artísticas.

A ARTE CONTEMPORÂNEA

A POLISSEMIA QUE POSSIBILITA UMA ABERTURA DO CAMPO ARTÍSTICO E A MESTIÇAGEM DAS FRONTEIRAS ENTRE LINGUAGENS

A arte contemporânea, frequentemente, é pouco presente no ensino formal. Ainda temos, por herança histórica, um ensino de arte estagnado no modernismo. Existe uma lacuna no ensino da arte contemporânea, talvez na dificuldade em interpreta- la, ou mesmo a falta de estímulo à riqueza de suas alusões e polissemias possíveis de aberturas. Mesclas de linguagens em infinitas questões potenciais que possam surgir das reverberações de um mundo tão complexo. É justamente nesta complexidade generalizada que mora a arte contemporânea.

Uma das características mais evidentes da arte, é o fato de, estar presente em todos os tempos, desde a arte rupestre, ela acompanha a espécie humana, e segundo Alfredo Bosi, exerce uma função antropológica, qual seja, um modo específico das pessoas em relação com o universo e consigo mesmas.

Assim, o ensino da arte opera como forma de entendimento de si, e dos tempos, atualmente complexa tal qual a contemporaneidade.

A arte contemporânea é um meio de interpretação e reflexão. Uma linguagem subjetiva que nos faz vislumbrar quem somos e a que cultura pertencemos. Ao selecionar artistas locais, este Prêmio nos promove uma auto análise do espaço-tempo, a partir do olhar destes artistas que ocupam nosso mesmo território.

[…] contemporâneo é aquele que mantem fixo seu olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro. Todos os tempos são, para      quem            deles      experimenta contemporaneidade, obscuros. Contemporâneo é,     justamente,    aquele   que   sabe   ver   essa obscuridade,    que    é    capaz    de    escrever mergulhando a pena nas trevas do presente.

(AGAMBEN, 2009, p. 62)

Podemos imaginar a força da importância, neste processo, de ouvir o que diz o/a artista contemporâneo/a. Ana Belluzzo, afirma que “os escritos de artistas são muito importantes para a pesquisa porque se baseiam na experimentação e traçam análises que a crítica jamais poderia supor”. Ler o que dizem os artistas contemporâneos faz elucidar questões e seus próprios posicionamentos do trabalho, e nos situa do movimento, das tendências e referências artísticas adotadas. Nunca devem visar ao esgotamento, mas análise da criação e do processo.

OS TRABALHOS ARTÍSTICOS

A IMAGEM FALA POR SI SÓ

Este material educativo é parte da exposição, mas não se pretende ser um catálogo. Por isso aqui, seguem algumas imagens dos trabalhos apresentados pelos premiados,  contudo,  não  se  esqueça:  a  arte  mora  na experiência, e na imersão em contato com os trabalhos.

A ARTE COMO EXPERIÊNCIA

O que propomos aqui, é que exploremos juntos a possibilidade da vivência estética visual e da educação, a saber, a partir do par experiência/sentido.

Jorge Larrosa diz que a experiência é, em espanhol, “o que nos passa”. Em português seria “o que nos acontece”, ou seja, a experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que NOS TOCA!

(LARROSA, 2002, P.21)

Assim, a experiência imersiva à exposição é fundamental. E este material, apoio informativo, serve para fins educacionais, e como possibilidade de abertura para novas experiências e sentidos…

Mas, O QUE DIZEM OS ARTISTAS?

É certo que os textos dos artistas, e o que eles falam a cerca do próprio trabalho, são material da maior importância, pois é imprescindível conhecer o que os artistas têm a dizer — além da obra que realizam.. Neste sentido, ler seu texto, sob qualquer forma em que se apresente, é referência fundamental para um conhecimento consistente das operações da arte.

Nanda Monteiro

Performance e Video Performance

WAGNER FERREIRA PREVITALI

Montagem digital com fotografias de arquivo Impresso em tecido

Gianna Delabary

Fotografia e Poesia digital

Enzo Melo

Pintura sobre tela

Juan Puerto

Pintura acrílica sobre papelão

Kike da Rosa

Fotografia

CRÉDITOS A CONCEPÇÃO, PESQUISA, TEXTO E ORGANIZAÇÃO DESTE MATERIAL

Barbara Larruscahim

É arte educadora, artista, produtora cultural e mestranda do Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, onde realiza pesquisa sobre Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano, relacionando poéticas a deslocamentos, território e fronteira. Em 2019, realizou estágio junto ao Braguay, onde teceu aprendizados e trabalhos artísticos da parceria.

REFERÊNCIAS

CATTANI, Icleia Borsa (organizadora) Mestiçagens na arte contemporânea. Porto Alegre-RS: UFRGS Editora, 2007.

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009.

LARROSA, Jorge B. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, nº19, p. 20-28; 2002.

Oficina para professores

Mais uma noite especial

Professores da rede pública e artistas, mantem por mais de duas horas, um diálogo aberto sobre Arte Contemporânea e o processo criativo dos artistas selecionado no Prêmio Braguay de Arte Contemporânea, na noite do 10 de maio de 2023 na Unipampa – Livramento.

A oficina foi ministrada pelos arteducadores Marcos Sari – o curador da mostra, e Bárbara Larruscahim arte educadora, artista realizadora do material pedagógico, a disposição para download no site do Braguay. De caracter formativo, a oficina buscou abrir o diálogo dentro daquilo que a arte pode provocar, trabalhando conceitos e suas diferentes linguagens.

Nesta primeira edição, o Prêmio BRAGUAY de Arte Contemporânea  buscou valorizar e  intensificar as práticas das artes visuais na Região Funcional 6 do Rio Grande do Sul, onde se encontram os municípios de Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, Alegrete, Barra do Quaraí, Itacurubi, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel, e Uruguaiana.

O Prêmio BRAGUAY de Arte Contemporânea realizado através do Fundo de Apoio da Cultura , da Secretaria do Estado da Cultura do Rio Grande Do Sul, financiamento Pro Cultura RS – FAC Visual. @sedac_rs

Fotografia de Juliana Freitas @jucarfreitas

Instalação A Peste

Maio / 2020. Braguay fechado. Sem exposições

A Artista visual Maria Luisa de Leonardis, realiza instalação, na vitrine do seu espaço expositivo denominada A PESTE – A poética da Instalação foi deixar o tempo passar … através da utilização de material orgânico, a artista constrói sua narrativa com folhas secas e cascas de abacate, materializando os paralelos imaginários com linhas de mascaras e colares de folhas secas tramando essa sensação perene de fragilidade.

Prêmio Braguay

Prêmio Braguay de Arte Contemporânea – Linhas abertas, muitos caminhos

Marcos Sari – Curador

Porque ainda promover salões de arte? Essa tradição que nos leva a tempos passados ainda faz sentido na atualidade? Os salões e suas premiações, desde seu surgimento, possibilitam a interação entre artistas e comunidades fazendo com que a circulação de produções culturais, e suas ideias materializadas em arte, encontrem seu público.  

    Uma exposição coletiva sempre vai trazer proposições poéticas que falarão de singularidades, a partir do trabalho de cada artista participante. Em Linhas abertas, muitos caminhos, seis artistas, escolhidos cuidadosamente por júri especializado, apresentam produções consistentes e diversas criando um universo particular e coletivo ao mesmo tempo. É neste ambiente expositivo que podemos transitar e produzir nossas próprias experiências estéticas na interação com as obras.

           Enzo Melo nos leva a “viajar” por suas pinturas que ora comentam a sua maneira obras clássicas da história da arte, ora tratam de cenas da natureza ou do cotidiano. Sua produção, de apurado domínio técnico da pintura, carrega ainda doses de ironia e humor, misturando o clássico com o atual em interessante medida. Gianna Delabary nos traz em sua obra um olhar atento aos fenômenos poéticos que estão ao seu redor. Com aguçada delicadeza apreende estes momentos que, depois de processados por sua ação poética, compartilha nas imagens que apresenta. A artista nos faz cúmplices desses encontros da vida com a arte. Juan Puerto nos coloca em  uma condição inusitada uma vez que em suas pinturas aparecem cenas fantásticas construídas com pinceladas expressionistas. Essa característica de seu trabalho nos traz perplexidade e nos captura através de uma poética meio misteriosa, com boas doses de uma espécie de componentes mágicos. Kike da Rosa, por sua vez, faz desenhos de luz revelando ao espectador esse gesto do movimento captado pela câmera que resulta em grafismos luminosos. Uma das perguntas que o próprio artista faz é : “quando você deixa de ser matéria para ser luz?”. Este questionamento é uma das inúmeras portas de entrada para interagirmos com suas fotografias. Indo adiante neste percurso, é impossível acessar a obra de Nanda Monteiro sem sermos desafiados por seu grito de luta. Neste caso, corpo, voz e alma da artista atuam em conjunto chegando ao resultado-performance apresentado. Com uma força proporcional e adequada ao tamanho e peso de sua causa, nos convida a embarcar em seu manifesto ! Vam_s Junt_s? Por fim, Wagner Previtali, dialoga com sua terra natal, Bagé, de maneira franca e subjetiva. Está a nos dizer que a tradição e a memória podem ser revisitadas pela via da contemporaneidade de forma autoral a nos traz interessantes surpresas. Quem sabe podemos re-olhar nosso lugar de origem com um deslocamento intencional através da arte ?

        Este Prêmio nos revela e apresenta estas obras atuais desta região de fronteira: ao sul do Brasil com o norte do Uruguai com a certeza de estar colaborando para uma ideia de cultura que “dá passo” as novas produções de artistas locais. Somam-se aqui a qualidade estética com a coragem na aposta em proposições contemporâneas. O Prêmio Braguay de Arte Contemporânea possibilita o contato com essas produções exigindo do público sua atenção sensível e uma disponibilidade ampliada para uma aproximação produtiva com a arte.

Marcos Sari

Curador

O Prêmio BRAGUAY de Arte Contemporânea  realizado através do Fundo de Apoio da Cultura , da Secretaria do Estado da Cultura do Rio Grande Do Sul, financiamento Pro Cultura RS – FAC Visual.

Premio Braguay abertura

O Prêmio BRAGUAY de arte contemporânea, visa valorizar, reconhecer e incentivar a produção das artes visuais na Região Funcional 6 do Estado RS. O Prêmio conta com a realização de uma exposição, com os trabalhos dos seis artistas selecionados, apresentados em múltiplas linguagens, tendo a curadoria de Marcos Sari. E oferece formação por meio de oficinas à professores de escolas públicas e privadas de Santana do Livramento, oportunizando a visibilidade e circulação da produção com material pedagógico realizado por Bárbara Larruscahim, a disposição no site http://www.braguay.com

Noite de Abertura da Mostra Linhas abertas, muitos caminhos e performance de Nanda Monteiro

Em Linhas abertas, muitos caminhos, estão apresentados os trabalhos dos artistas selecionados no Premio – Enzo Melo , Juan Puerto, Nanda Monteiro , Wagner Previtali , Gianna Dalabary e Kike da Rosa. Os finalistas foram escolhidos cuidadosamente por júri especializado e apresentam produções consistentes e diversas.

A abertura aconteceu na Unipampa, dia 26 de abril de 2023.
A exposição tem curadoria de Marcos Sari e pode ser visitada ate 20 de maio, sempre das 9h as 21h.

O Prêmio BRAGUAY de Arte Contemporânea  realizado através do Fundo de Apoio da Cultura , da Secretaria do Estado da Cultura do Rio Grande Do Sul, financiamento Pro Cultura RS – FAC Visual.

Fotos de Juliana Freitas